Fazer nada é forjar em forno frio,
É fazer fé na fronte dos malucos;
É atiçar lamparina sem pavio
E duvidar da liquidez dos sucos.
Fazer nada requer regar o rio,
Remar a ré no rastro dos caducos.
É, cegamente, acreditar num fio
De masculinidade nos eunucos.
Fazer nada é, por final, amigo!
É o cogitar em certas ilações:
Na certeza iminente de perigo
Que a lazeirenta fome dos leões
Costuma produzir nos corações
Que os cardiopatas conduzem consigo!
(Extraído de MESQUITA, Vianney in: Repertório Transcrito – Notas críticas ativas e passivas. Sobral: Edições UVA, 2003. Os tercetos se baseiam em ideia do dr. Remo Figueiredo Filho)