Faleceu a zero hora desta segunda-feira, 3 de setembro, em Fortaleza, o poeta e professor Horácio Dídimo, ocupante da Cadeira nº 33 da Academia Cearense da Língua Portuguesa. Intelectual de grandes méritos, Horácio também era membro da Academia Cearense de Letras, Academia de Letras e Artes do Nordeste, Academia Brasileira de Hagiologia, Academia de Ciências Sociais do Ceará e da Associação Brasileira de Bibliófilos. Também era sócio honorário da Academia Fortalezense de Letras e sócio correspondente da Academia de Letras e Artes Mater Salvatoris, de Salvador/BA.
O corpo do Poeta está sendo velado na Comunidade Face de Cristo (Rua Dr. Edmilson Barros Oliveira, 191 – Dionísio Torres), onde às 14:00h será celebrada Missa de Corpo Presente. O sepultamento ocorrerá no Cemitério de São João Batista, às 16:00h.
Horácio Dídimo Pereira Barbosa Vieira nasceu, em Fortaleza, no dia 23 de março de 1935. Bacharel em Direito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro e em Letras pela Universidade Federal do Ceará. Conquistou os títulos de mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Federal da Paraíba e de doutor em Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais. Era professor de Literatura Brasileira e Literatura Infantil da UFC.
Poeta, com vários livros publicados no campo da poesia, ensaio e literatura infantil. Sânzio de Azevedo, comentando sobre sua obra, disse que “Horácio Dídimo se realiza no poema curto, não necessitando de muitas palavras para transmitir sua mensagem, luminosa como a que recebe de sua estrela amiga”.
Principais publicações: Tempo de chuva, 1967 (premiado); Tijolo de barro, 1968 (premiado); O passarinho carrancudo, 1980; A palavra e a Palavra, 1980; A nave de prata, 1991; Ficções lobatianas, 1997; A estrela azul e o almofariz, 1998; e A nave de rubi, 2006; O afinador de palavras, 2013. Autor do ensaio sobre Manuel Bandeira: Estrela da vida inteira, 1996.
UM POEMA DE HORÁCIO DÍDIMO (“O afinador de palavras”, pág. 226)
MORRER
morrer todo mundo morre
morre hoje morre amanhã
até o sol há de morrer um dia
um dia sem dia
sem poesia
sem astronomia
morrer todo mundo morre
morre hoje morre amanhã
mas quem é que quer morrer?
ninguém
nem agora
nem na hora de nossa morte
amém
Santa Maria, mãe de Deus,
rogai por nós
também